Secretaria de Missões da Igreja Assembleia de Deus Ministério no Ipiranga

PARTE 2 - DESAFIO MISSIONÁRIO: MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA (MGF) – RELATO DA MISSIONÁRIA ROSANGELA

Na semana passada postamos uma matéria sobre a mutilação genital feminina praticada ilegalmente em alguns países da África, hoje trouxemos o relato da nossa missionária Rosangela, que trabalha no campo missionário Africano há bastante tempo. No relato ela conta um pouco sobre a experiência de viver em um lugar onde a circuncisão feminina (MGF) ainda é praticada e o desafio de se trabalhar com esse povo, confira:

 

“A mutilação genital feminina, mais conhecida aqui como "circuncisão feminina", faz parte de um ritual de passagem, mas na verdade isso é só uma desculpa, pois na realidade é um ritual de feitiçaria. É realizado em crianças de 5 a 12 anos de idade. Esse procedimento é proibido por lei em praticamente todos os países da África, e aqui por ser proibido, acaba sendo ainda mais grave porque os praticantes se escondem para poder praticar o ato, e muitas vezes, a criança fica sangrando, passando mal, fica doente, as vezes até morre e eles não podem levar ao hospital porque como é proibido por lei, podem ser presos, então acaba sendo uma situação pior ainda.

Funciona dessa maneira: Existe um dia no ano em que as criança na idade definida de serem circuncidadas, ou seja, na idade em que a família decide que a criança deve ser circuncidada, são levadas para um lugar que a gente não pode saber onde é, aliás, não podemos nem perguntar porque faz parte do ritual, mas é dentro do mato, num lugar bem longe, onde as crianças podem gritar a vontade que não serão ouvidas, geralmente o ritual é até acompanhado de tambores para justamente ninguém ouvir as crianças gritarem. Então as mulheres mais velhas, as mais experientes em feitiçaria do lugar, são responsáveis por isso. A criança é levada para esse lugar e lá elas são circuncidadas de qualquer jeito, sem nenhum material descartável, sem qualquer higiene e usam a gilete comum ou uma faca afiada em qualquer lugar para praticar o ato, causando hemorragia e muitas crianças acabam não voltando para casa. Tem um tempo em que elas devem ficar lá para fazer parte desse ato, muita coisa oculta, feitiçaria, rezas e ingestão de ervas fazem parte desse ritual, enfim, essas coisas e as demais que eles não nos contam. Normalmente dura aproximadamente 30 dias ou até que as crianças sarem.

Depois disso, os pais fazem uma festa, nesse dia eles dão carne e leite as crianças, coisas que elas não estão acostumadas a comer. No dia que as crianças estão para voltar desse ritual, as mães fazem uma fileira para espera-las, e elas vem chegando com uma pessoa determinada que as trazem. As crianças vão voltando e vão diretamente para suas mães, e as crianças que não voltam, dentro desse ritual eles dizem que a criança morreu porque os espíritos e deuses que eles servem se agradou da criança e a pediu em sacrifício, só que na realidade a criança morreu por conta da forma que é realizado esse procedimento. Então as mães e famílias não podem fazer e nem dizer nada contra isso, não podem ficar revoltados porque se fizerem isso, ficariam revoltados contra os espíritos que se ouvirem, começaram a levar as pessoas da família, e eles não podem nem denunciar o ato porque já é feito de forma ilegal, então por mais que eles tenham perdido um filho, alguém da família, eles ainda estão errados segundo a lei em permitir que a criança passe por isso, então eles ficam quietos. Esse ritual é satânico, muito diabólico e tem ceifado a vida de muitas meninas. É uma situação muito difícil!

Como nós lidamos com isso? Trabalhando com a conscientização. Nós particularmente trabalhamos voltados muito a esse ponto, de conscientizar as mães. A Secretaria da Cultura nos forneceu alguns livretos, alguns filmes e nós usamos esse material aqui. Eu tenho um filme na língua deles que mostra exatamente o que acontece, chega em algumas partes e as mulheres não querem nem ver e não gostam porque acham que está falando contra a cultura deles. Essa é uma luta não somente nossa, mas do governo do país também, eles lutam para conscientizar o povo do village de que isso não é cultura e sim está relacionado à feitiçaria, aqui o povo é animista, por isso conservam essas crenças assim como outras também.

Então é assim que acontece. A Rolanda, missionária nativa, e praticamente todas as mulheres que eu conheço são circuncidadas, praticamente todas já sofreram com a Mutilação Genital Feminina (MGF).

Uma das justificativas para os pais permitirem que as filhas passem por isso é que quando elas entrarem na adolescência ou chegarem aos seus 14 ou 15 anos, elas não vão dar trabalho, não vão querer ficar namorando, porque uma consequência da MGF é que a mulher já não sente mais nenhum prazer, nenhum desejo e se elas não fazem, são consideradas impuras pelos homens que no fim nem valorizam a circuncisão porque com ou sem ela as mulheres apanham, são tratadas como escravas e ainda são obrigadas a aceitar que seu marido tenham quantas esposas quiserem, por isso a maioria das mulheres fogem. Então é uma coisa diabólica e eu peço oração para que Deus continue nos ajudando a conscientizar as pessoas aqui e que Deus venha entrar na cultura e destruir toda essa obra de Satanás.”

Relato da Missionária Rosangela – África.

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