O Desafio do minimalismo
Recentemente a Colômbia aprovou a descriminalização do aborto via judicial, não foi o primeiro das américas, o México, muitos estados dos EUA e a Europa quase toda aprova o aborto em qualquer período de gestação, o Brasil, tem alguns ministros do STF pró-aborto, assim, um grande desafio se instala para aqueles que levam o evangelho, o desafio do minimalismo.
Minimalismo é geralmente denominado quando a parte é priorizada em detrimento do todo, o termo aqui é utilizado para designar exigência de particularidade de um grupo especifico.
Falar do aborto não é fácil, existem muitas partes que compõe essa dura realidade, no roteiro de um abuso sexual, existe duas vítimas, a mulher, que é diretamente afetada e uma vida em seu ventre, afetada indiretamente, e o agressor, a Bíblia desaprova qualquer atitude de violência, mesmo os planejados e não praticados (Mateus 5:22), aqui, neste caso, o agressor comete violação bíblica, mas a mulher se encontra com uma vida em seu ventre, e muitas são as discussões a respeito se deve ou não abortar, alguns grupos cristãos como FLEPA (Frente Evangélica pela legalização do Aborto) e CDD (Católicas pelo Direito de Decidir) defendem a descriminalização do aborto em caso de abusos, com a defesa de um Estado laico e direitos das mulheres. É um desafio, a Bíblia não legitima tirar a vida de alguém (Êxodo 20), a não ser em um ambiente de combate bélico. A discussão é longa e exige mais espaço, mas ainda tem outro caso de aborto.
Por outro lado, existem casos de descuidos nas relações e gravidez indesejada são recorrentes em aventuras sexuais, e abortos aparece como alternativa para resolver o problema. Os princípios bíblicos orientam como constituir uma família e qual o lugar da relação sexual saudável, que é o casamento (Marcos 10:6-12), a defasagem desses princípios tem levado a um alargamento de relacionamentos frágeis, onde pode aparecer a gravidez indesejada, e uma vida estará nas mãos de pessoas que não pensaram na vida.
Por que minimalismo? Vivemos o fenômeno do pluralismo e a secularização dos valores, ou como Nietzsche disse “valoração dos valores”, o pluralismo emprega o direito a todos e não aceita verdades absolutas, onde “tudo é verdade, e nada é verdade”, uma verdadeira banalização de qualquer verdade, agora, tudo é relativo, se pensa em vigorar os direitos dos mínimos sem pensar no macro da sociedade.
Apesar de sermos 51% de católicos e 32% de evangélicos no Brasil, os grupos minoritários tem proeminência na proposta mundial, que é descontruir verdades absolutas, como citado acima, grupos cristãos estão revendo princípios bíblicos para resolver um problema contemporâneo, a negociação dos princípios por um existencialismo, o hoje e o agora é importante, a pergunta que se faz é, quem define o que se deve seguir? Quem define o certo e errado, se nenhum padrão pode ser estabelecido como absoluto? Quem justifica as ações em prol a morte ou a vida da criança no caso do aborto? Será que como evangélicos não devemos pensar que o problema é maior do que pensamos, a Bíblia revela que o homem distanciou de Deus, e a natureza caída só pode ser restaurada em Deus, e os povos estão buscando redenções particulares, conformes seus sentimentos e emoções, se tira Deus do trono, alguém tem que reinar, se o homem vai reinar, então temos vários deuses reinando, logo, temos um “todos contra todos”. Penso que esse impasse entre nós é cumprimento dos acontecimentos dos últimos tempos, necessitamos ser testemunhas de Cristo sem negociar as Escrituras. (Mateus 24:14). Deus nos ajude!
Como o missionário lida com a questão do aborto no campo e o desafio do minimalismo
Toda a bíblia é a favor à preservação da vida e da sua defesa, por isso não é necessário que haja um mandamento “não abortarás” por ser muito abrangente este conceito bíblico em toda a bíblia, todo judeu já tinha em seu entendimento que o aborto não agradava ao Senhor.
Várias passagens bíblicas ensinam a respeito da criança ainda no ventre materno tendo importante participação na história, exemplos como: Joao batista; que saltou no ventre da sua mãe Isabel ao ouvir a saudação de Maria mãe de Jesus(Lc.1:41), Jeremias conhecido por Deus, santificado e dado como Profeta as nações ainda no ventre de sua mãe (Jr.1:5), são alguns dos muitos exemplos bíblicos para esta importante doutrina; quanto a ação do missionário no campo, não foge e nem deve fugir aos ensinos bíblicos, porém, por se tratar de campo missionário e geralmente os contextos que envolvem a obra está em lugares de maior carência e desinformação por parte da população local, é necessário que seja feito um bom discipulado em torno de algumas questões tais como é esta do aborto; ao evangelizar uma prostituta por exemplo pode-se esbarrar em uma cosmovisão favorável a pratica do aborto, tendo em vista a vida pregressa que envolve tal pessoa que está sendo evangelizada, uma pessoa que está entregue as drogas ilícitas, que aprendeu a vender seu corpo para manter seu vício, talvez não fará nenhuma objeção quanto ao aborto, porém sendo confrontada pelo Evangelho terá o conhecimento que tal prática não é boa e nem agrada a Deus, um homem casado que teve uma relação extraconjugal e sua parceira engravidou, provavelmente pediria para realizar o aborto afim de não causar escândalo referente a seu casamento e a família constituída legalmente, estes são alguns casos comuns na sociedade que infelizmente conhecemos e estão ao nosso redor.
O missionário atua em todas as áreas da sociedade, mas por se tratar de campo missionário está mais propenso a trabalhar nos lugares menos favorecidos e com as pessoas excluídas do convívio social e familiar, por esse motivo sempre terá ao seu redor pessoas classificadas como “ex”, viciados, drogados, prostitutos, etc. pessoas que são tidas pela sociedade como escoria, é neste contexto que o missionário aprende a lidar com temas tão relevantes como é o tema do aborto, ensinar através da bíblia que Deus abomina tal pratica, que toda vida pertence a Ele, somente o Senhor pode dá-la e tomá-la, nenhum ser criado pode decidir quem merece viver ou quem deve morrer, pois esta decisão cabe somente ao Criador e Soberano Deus.
A primeira ordem de Deus após ter abençoado primeiro casal Adão e Eva foi: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra (Gn.1:28) esta é a vontade de Deus que um casal possa frutificar formando assim uma família, esta ordem do Criador não mudou.
Reportagem/SEMADI
Autores da matéria: Missionário Fabio Cypriano e Missionário João Paulo Vargas
Bibliografia:
https://catarinas.info/a-biblia-nao-e-constituicao-tampouco-esta-escrito-nela-que-aborto-e-pecado/
CARSON, D. A. Deus Amordaçado. São Paulo - Shedd Publicações, 2013